3º- O SOM DAS LETRAS-1-

PARA OS PAIS: Depois que a criança sabe o nome das letras e lhes atribui um nome , será o momento de começar a ensinar-lhe os sons que estas letras têm (visite a 22ª postagem e ouça o som das letras na língua portuguesa ) . Eu sempre me referi a estes sons como a voz das letras, como as letras falam.

Pode parecer estranho, mas algumas pessoas não conseguem separar os sons das letras em uma sílaba. Pense ,por exemplo, na sílaba MA. Tente, mentalmente, separar o som do M e o som do A e você conseguirá o som de cada letra. Faça isto com o som de todas as letras do alfabeto e ensine estes sons para a criança. Por exemplo:O A de avião fala aaaaaa. Isto será importante para a próxima etapa, que trataremos amanhã. NÃO ESQUEÇA: isto tudo deve ser uma brincadeira, que deve durar enquanto a criança desejar. Com crianças pequenas, estas etapas durarão meses. Algumas crianças vão querer brincar bastante,mas outras vão querer só alguns minutos. Siga o rítmo do seu filho, pois,do contrário, o "tiro pode sair pela culatra" e a criança ficará com horror às letras.

PARA OS PROFESSORES: Mais importante que o nome das letras é o som delas. O som das letras vai ajudar os alunos no momento que formos, junto com eles, montar as "familias" silábicas.

Conforme formos ensinando o nome das letras,vamos ,simultaneamente, ensinando o som delas (se deseja ouvir o som das letras, na língua portuguesa, leia também a 22ª postagem, onde coloquei um filme ) ou, como eu dizia para os meus alunos,o jeito que elas "falam".Como o tempo, depois que a criança entra no primeiro ano, é muito limitado, não podemos nos dar ao luxo de ensinar uma coisa e só depois ensinar outra, até porque, em uma sala de aula teremos alunos em vários níveis.

O ideal, para exercitar o nome e o som do alfabeto são jogo e brincadeiras. É um erro pensar que as crianças aprende apenas com as chamadas "folhinhas",impressos em xeróx ou mimeógrafo, estas folhinhas servem apenas para fixar algo que a criança já aprendeu,nunca para aprender. Não estou dizendo que elas não são válidas, bem pelo contrário, elas são ótimas como fixação e como atividade para ocupar os alunos

enquanto fazemos intervenções individuais durante a aula.

Pensar que alunos dos primeiros anos aprendem sentados em suas mesas durante 4 horas por dia é outro grande erro comum. Algumas crianças aprendem "apesar" disto, mas se a criança tiver um leve deficit de atenção,o que é mais comum do que se imagina, já levara mais tempo para aprender do que o necessário ,e isto atrasará todo o seu trabalho.

Procure colocar um limite para que a maior parte da sua turma esteja alfabética. O meu limite sempre foi o mês de julho(isso que eu sempre trabalhei na rede pública de ensino, em uma região bastante carente), e, pode acreditar, na maioria das vezes, eu conseguia, pois eu partia do princípio de que se crianças de classes mais abastadas podiam, os meus alunos, desde que saudáveis, também podiam.

A grande diferença que existe entre estas duas classes sociais é de que as crianças das classes mais abastadas têm mais atenção em casa exigindo menos atenção dos professores. Já os alunos menos abastados precisam de bastante atenção individual.

O que é muito importante, neste processo ,é envolver os pais na fixação do alfabeto(principalmente do nome das letras ,faça provinhas individuais e mande bilhetes para a familia afim de que estudem com o aluno.

Uma coisa boa é recompensar quem consegue acertar todas as letras. Eu dava uma balinha e era o suficiente para que todos se esforçassem. As provas, nos anos iniciais, devem ser feitas individualmente pois ,do contrário, não conheceremos realmente os alunos.Eles detectam quem sabe e copiam, nos dando uma falsa idéia de que todos sabem.


                                         É importante ler as postagens anteriores e posteriores !